A Menin Douro Estates iniciou o projeto há 3 anos e tem vindo a fazer um importante trabalho de recuperação de património arquitetónico e vinícola. Até ao momento foram recuperados 11 hectares de vinhas velhas e durante 2021 serão lançados os primeiros vinhos da marca. O investimento total, que soma 30 milhões de euros, visa juntar o legado histórico e artesanal que define o ADN da região do Douro e as mais modernas técnicas de viticultura e enologia.

Em 2019, a Menin Douro Estates chega a Portugal com um intuito claro: fortalecer o legado histórico do Douro, fazer grandes vinhos e colocá-lo nas bocas do mundo.

A paixão por Portugal e pelo Douro, por parte dos empresários Brasileiros Rubens Menin e Cristiano Gomes já vem de longe. Primeiro como uma quase segunda pátria, agora como destino ideal para um projeto único. Localizada numa zona premium do Douro, entre o Peso da Régua e o Pinhão, os empresários adquiriram a Quinta da Costa e Sol, terroir especial onde o Ceira se cruza com o Douro e onde os 42 hectares de vinha estão plantados em socalcos de beleza ímpar.

O objetivo é produzir vinhos de gama alta, reflexo do terroir duriense, privilegiando a qualidade em vez da quantidade. Fazer vinhos que se tornem uma referência em Portugal e no mundo, com o mercado brasileiro a ser naturalmente uma prioridade.

O amor pelo Douro e o objetivo de produzir grandes vinhos não tolda o foco na visão económica destes empresários. A Menin Douro Estates é um projecto que visa a sustentabilidade económica, a criação de postos de trabalho e onde impera uma visão de longo prazo. O investimento totaliza, para já, 30 milhões de euros e a perspetiva é que o retorno operacional seja atingido a partir do quarto ou quinto ano.

Mais do que verem no Douro um ambiente concorrencial, os dois empresários têm a convicção de que existe aqui um mercado com enorme potencial de crescimento. Cada vez mais, os consumidores valorizam a diversidade de castas autóctones e os vinhos de terroir, sendo o Douro um ex-libris mundial a esse nível. Sendo expectável o crescimento do preço por litro dos vinhos do Douro, existe ainda um foco claro nos mercados externos. A aposta na exportação, em particular para o Brasil, sustenta essa vontade no crescimento e na valorização dos vinhos do Douro.

Portugal é neste momento o segundo maior exportador de vinhos para o Brasil, concorrendo com o Chile, mesmo quando, ao valor inicial da palete são acrescidos 150% em impostos.

Entre 2015 e 2019 o crescimento foi imparável: o volume exportado cresceu 88%. Apesar da pandemia, em 2020 a tendência de crescimento das exportações para este mercado manteve-se sólida. Para já, Portugal e Brasil são as prioridades, mas assim que estes mercados estejam cimentados a ideia é alargar o raio de ação para mercados como a União Europeia, o Reino Unido e os EUA.

Até ao momento foram criados 26 postos de trabalho um número que se prevê que venha a aumentar num futuro próximo. Para além do crescimento orgânico, a MENIN não descarta novas aquisições no futuro, sempre com base na sustentabilidade económica das possíveis compras.

"A nossa chegada não representa concorrência para o Douro,não estamos a tirar o lugar a nenhum dos grandes players existentes. Há um mercado imenso para todos crescermos”, Cristiano Gomes, administrador, Menin Douro Estates

Além da aquisição da Quinta da Costa e Sol, a Menin Douro Estates acaba de adquirir os ativos da Horta Osório Wines e não podia estar mais contente com o desafio de manter um legado tão importante como aquele que foi desenhado ao longo dos anos pela família. Simultaneamente, a família Horta Osório vê neste negócio a continuidade de um projeto visionário implantado na última década.

Marca de referência em Portugal, a Horta Osório Wines é um projeto vitivinícola familiar que produz vinhos de topo na Região Demarcada do Douro (Baixo Corgo), desde o século XVIII. Os ativos da Horta Osório Wines incluem um conjunto de propriedades num total de 55 hectares, dos quais 10 de vinhas velhas, em alguns dos melhores terroirs do Douro e com as melhores castas durienses.

Para além da Quinta do Pontão, onde está localizada a casa da família, situada no centro da Vila da Cumieira, os ativos incluem ainda uma adega com as mais modernas tecnologias de vinificação. Construída em 2012 e projetada pelos arquitetos Frederico Valsassina e João Horta Osório Charters Monteiro. Integrada na paisagem, a Adega valoriza os materiais e características da região e a sua concepção baseou-se no conceito de gravidade. Desde a chegada das uvas até ao armazenamento, todo o produto segue num circuito movido essencialmente através da gravidade, assegurando a qualidade do vinho. A adega tem todas as condições para a realização de eventos e provas no âmbito da atividade do enoturismo.

“Estamos muito felizes por continuar o legado de uma família como a Horta Osório, a quem o Douro tanto deve”, Cristiano Gomes, administrador, Menin Douro Estates

Trabalhar as marcas Horta Osório e Menin no mercado nacional e brasileiro são, para já, o principal objetivo da Menin Douro Estates. Até porque, a complementaridade das marcas é evidente, bem como o potencial de crescimento conjunto. A enologia de João Rosa Alves com consultoria de Tiago Alves de Sousa segue a linha que Menin Douro Estates desenhou para o projeto: produzir vinhos de qualidade que reflitam o ADN da região e que representem da melhor forma o terroir do Douro.

O primeiro vinho da Menin, o Douro’s New Legacy Reserva 2018 é um vinho simbólico, que será lançado em edição THE ONE AND ONLY, ainda este ano. É uma edição especial de apenas 3625 garrafas numeradas, que nunca mais vai ser repetido. “As vinhas velhas estavam abandonadas, a produção era quase inexistente, mas sentimos o anseio de fazer algo, desde o primeiro momento. A apanha foi manual, quase bago a bago. A quantidade de vinhas velhas vindimada tinha muita qualidade, mas a quantidade era muito reduzida, por isso, ao mosto proveniente das vinhas velhas juntámos touriga franca, uma das parcelas com mais potencial da quinta, que fica junto ao rio e tem 46 anos. A junção das duas - 60% de vinhas velhas e 40% touriga franca – deu-nos um vinho base formidável e com um potencial enorme. Era um lote de 5000lts, mas só 2700lts foram engarrafados, depois de um rigoroso trabalho de seleção. É um vinho de beleza ímpar, que reflete este terroir especial e com uma capacidade para envelhecer 15 /20 anos em garrafa”, João Rosa Alves, enólogo.

“Foi um longo processo de recuperação de vinhas centenárias que estavam abandonadas e com muitas falhas. Estamos a replantar com

porta-enxertos, reforçando a sustentabilidade dos nossos terroirs e protegendo a diversidade de castas que refletem a identidade do Douro.

Seria muito mais fácil arrancar tudo, mas não é isso que pretendemos. Queremos investir todos os esforços na preservação das vinhas velhas da região”, Cristiano Gomes.

Além de João Rosa Alves como enólogo residente, a equipa de enologia conta com Tiago Alves de Sousa, e quinta geração da família Alves de Sousa, na condução da vizinha Quinta da Gaivosa, como enólogo consultor da Menin Douro Estates. Na vinha como na enologia existe a mesma filosofia: sustentabilidade, qualidade e longo prazo. Os vinhos Menin serão reflexo do seu terroir, complexos e com carácter, cheios de finesse e grande potencial.

Além do “field blend” (vinha multicastas) característico das vinhas velhas, MENIN DOURO ESTATES conta com touriga nacional - plantada em três exposições diferentes - touriga franca, tinta roriz e alicante bouschet. No topo, nas cotas mais altas estão as castas brancas cuja maior parcela é de viosinho, mas há ainda gouveio, arinto e rabigato.

A nova adega da Quinta da Costa e Sol vai estar pronta em Julho, uma obra arquitetónica e de engenharia que surpreende pela grande beleza e funcionalidade. A estrutura de linhas limpas, assinada pelo arquiteto Arnaldo Barbosa aposta na integração do espaço envolvente e vai ter quatro pisos. Das uvas, ao mosto, até ao engarrafamento privilegiar-se-á o funcionamento por gravidade, evitando as bombas e protegendo o potencial do vinho. Os métodos tradicionais, como os lagares de pisa, não serão esquecidos.

Segundo os responsáveis da Menin Douro Estates, “o ponto de partida, quer na Quinta da Costa e Sol, quer na Horta Osório será a aposta na qualidade, no crescimento e na valorização do património duriense, nunca esquecendo o importante legado que têm em mãos. E o futuro começa agora”.