A Herdade da Amada caracteriza-se por ter um dos maiores terroirs da Península Ibérica com vinhas plantadas pelo método tradicional de enxertia. Além deste vinho a marca conta, ainda este ano, apresentar três monocastas - Touriga Nacional, Alicante Bouchet e Syrah 2022 – bem como os Herdade da Amada Branco 2023, Herdade da Amada Reserva branco e tinto 2022.
“Ao ter acesso a tantos vinhos e provando quase diariamente, devido ao negócio grossista da nossa família, e conhecendo bem o que se faz no nosso país, sabíamos claramente o perfil de vinhos que mais se encaixava nos nossos gostos e o que pretendíamos para os nossos vinhos”, afirma Luís Marvanejo, administrador da Herdade da Amada. “O que distingue este projeto começa pela raiz, literalmente. Toda a nossa visão, desde o início, teve o foco principal no campo e na vinha, na certeza de que essa diferenciação se iria sentir um dia no copo. Os nossos vinhos são o espelho da leveza e modernidade que acreditamos traduzir um novo Alentejo”, acrescenta. Helena Marvanejo de Carvalho, também administradora do projeto refere que “tínhamos como objetivo fazer vinhos diferenciadores, com um perfil diferente do que existe no Alentejo, numa visão clara de elegância e frescura, vivacidade e autenticidade”.
O projeto vínico da Herdade da Amada tem como enóloga consultora Susana Esteban, e enólogo residente, Bruno Pinto da Silva que acompanha o trabalho diário na vinha e na adega, certificando-se que o processo decorrer no sentido dos resultados pretendidos.
A viticultura da Herdade da Amada, a cargo de José Luís Marmelo, segue o princípio da intervenção mínima, com respeito pela natureza das castas e pelo seu terroir. Este tipo de viticultura assenta na prevenção, aliada a uma forte monitorização e acompanhamento. É também baseada no modo de produção integrada, em prol do futuro da produção biológica. José Luís Marmelo juntou-se ao projeto e é na viticultura que tem dedicado a maior parte do seu tempo e investido no conhecimento da ampelografia das castas adaptadas à região de Portalegre, que define como a "verdadeira MECA para os vinhos de Portugal". Também a enologia da Herdade da Amada segue o mesmo princípio. “É uma enologia de forte base científica, que trabalha ao máximo com a química da uva e com o fator tempo, e que recorre a produtos enológicos só quando estritamente necessário”, de acordo com Bruno Pinto da Silva, enólogo residente da Herdade da Amada.
Assente no Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), programa pioneiro em Portugal e na Europa, a vinicultura praticada na Herdade da Amada tem como objetivo elementar a produção de uvas e vinhos de qualidade, de forma economicamente viável.
“Achamos que o principal passa pela vinha e pelas uvas. Primeiro, plantámos os bacelos barbados, e só no ano seguinte enxertámos 56.000 plantas, após uma seleção minuciosa, com base em vinhas antigas de base genética policlonal, previamente identificadas e de provas dadas.”, explica Luís Marvanejo. “É uma vinha singular, única, onde cada casta aqui plantada foi criteriosamente selecionada por nós e todas as varas (castas) escolhidas onde as poderíamos ir recolher, consoante o nosso gosto e a adaptabilidade ao terroir da região.”, sublinha Helena Marvanejo de Carvalho.
A primeira referência conhecida sobre a herdade da Amada remonta a 1638, como pertencente à família de Diogo Amado e herda o apelido de Brites Amada, que ao tempo era casa com João Pereira de Abreu, senhor de uma nobre familia da região. Segundo os atuais proprietários, “é necessário recuar vários séculos para se ter uma real noção da riqueza dos solos que constituem o património da Herdade”. Nos registos existentes na Herdade, datados do século XVII, conseguiu-se apurar que a exploração era essencialmente dedicada à horticultura e, assinala também, a existência de uma azenha.
Já no século XIX, é referido o plantio de amoreiras com o objetivo de desenvolver a criação de bicho-da-seda, porém as suas características mantiveram-se, acrescentado o vasto o pomar e vinhedos. É agora no século XXI, mais propriamente em 2018 que esta histórica herdade alentejana ganha fôlego com a aquisição da mesma pela família Marvanejo.
“Trata-se de uma aspiração e de um sonho familiar” refere Luís Marvanejo, e sublinha: “Este lugar destaca-se pela sua típica paisagem do Alto Alentejo, onde a orografia descreve uma diversidade de altitudes que assumem um papel fundamental, situando-se a sua cota mais alta alto nos 306 metros”.
A vinha, de 14 hectares, foi instalada em solos argilo-calcários de textura média e orientada de Noroeste a Sudeste, beneficiando assim de excelentes condições para o seu desenvolvimento, tendo como mais-valia uma exposição solar privilegiada e perfeitamente adequada a cada casta.
Num terrior caracterizado por verões quentes e secos e invernos chuvosos, foram plantadas 10 castas plantadas pelo método tradicional de enxertia com um rigoroso critério de selecção, a saber: Brancas - Arinto, Fernão Pires, Roupeiro, Verdejo. Tintas – Alicante Bouschet, Castelão, Tempranillo, Grand Noir, Syrah e Touriga Nacional.
Na Herdade da Amada, a viticultura é baseada no modo de protecção integrada, um sistema de produção baseado em boas práticas agrícolas, com gestão racional dos recursos naturais, privilegiando a utilização de mecanismos de regulação natural em substituição de factores de produção, contribuindo assim para uma agricultura sustentável.
A viticultura da Herdade segue o princípio da intervenção mínima e respeita a natureza das castas e seu terroir. Tem como base a prevenção aliada a uma forte monitorização e acompanhamento, que se repercute em estimativas de risco, controlo de pragas, armadilhas e acompanhamento ‘in loco’ de todos os estados fenológicos.