Este ilustre da casa eborense é apenas produzido em anos que cumpram, escrupulosamente, os parâmetros que, ao longo de anos, foram estipulados pela equipa liderada pelo enólogo Pedro Baptista, com as castas Aragonez e Trincadeira (neste caso 55%+45%). Para tal contribuíram as condições ‘edafoclimáticas’ - ou seja, o conjunto que reúne, amplitudes térmicas, níveis de pluviosidade/humidade/solo e horas de sol - ao longo do ano 2015, como nos explicou Pedro Baptista, enólogo que assina o vinho.
“O ciclo vegetativo da vinha decorreu sob condições de falta de humidade no solo, originando fraco vigor vegetativo das videiras, assim como formação de bagos de dimensões muito reduzidas, os quais apresentaram uma excelente relação entre a película e a polpa. Já as temperaturas amenas, sentidas durante o período de maturação, permitiram uma lenta evolução até ao momento da vindima. Todas estas condições originaram uma produção muito equilibrada a todos os níveis, destacando-se a concentração em açucares, acidez, compostos fenólicos, e mesmo quantidade.”
A entrada das uvas em perfeito estado fitosatinário (fruta sã, sem defeito) e maturação na magnifica adega do Monte dos Pinheiros dita o início processo de vinificação. As massas vínicas (mosto) iniciam uma maceração pelicular pré-fermentativa com o objetivo de potenciar a complexidade do vinho através de super extração de côr e tanino residentes na película da uva.
De seguida as fermentações ocorrem durante um estágio de 18 meses em Balseiros de Carvalho Francês, com temperatura controlada de 27ºC e remontagens manuais, (trasfegas/fazer circular o líquido do fundo para o topo da cuba).
Para que a autenticidade deste vinho seja a real expressão do seu terroir único e exclusivo, as fermentações alcoólicas destas castas foram realizadas com leveduras indígenas, tendo sido realizadas, posteriormente, longas macerações peliculares pós-fermentativas para conferir grande complexidade aromática ao vinho. E finalmente o estágio: 48 meses em garrafa nas caves do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli.
“O Pêra-Manca tinto 2018, pela sua concentração em taninos, cumpriu um estágio em garrafa habitual, de forma que, neste momento, apresenta-se num ponto de evolução que permite, desde já, mostrar o seu elevado potencial, deixando para os anos que se seguem a possibilidade de acompanhar um infindável conjunto de nuances que só os grandes vinhos possibilitam”, concluiu Pedro Baptista.
.É sempre muito difícil atingir este nível de qualidade nestas quantidades: 44 mil garrafas/ ± 60 mil litros. Conjugação perfeita de duas castas, Aragonez a aportar belos e fortes taninos e a Tricadeira a ceder notas aromáticas de especiarias, pimenta preta, e alguma fruta seca. A barrica de grande qualidade, poliu os taninos e fez o resto do arranjo com folha de tabaco e alcaçus. Na boca compareceu um fantástico conjunto de taninos sublimes, uma frescura intensa, elegante a concorrer para um final de boca persistente e extremamente guloso.
A Fundação produziu o primeiro Pêra-Manca tinto, em 1990. Desde então foram apenas produzidas mais quatorze colheitas, em 1991, 1994, 1995, 1997, 1998, 2001, 2003, 2005, 2007, 2008, 2010, 2011, 2013, 2015 e o actual 2018.
Mantendo a estratégia de inovação da Adega Cartuxa, cada garrafa do Pêra-Manca Tinto 2018 continuará a apresentar um sistema de segurança que permite ao consumidor garantir a sua autenticidade. O sistema consiste num código único, associado à utilização de uma imagem holográfica e um QR Code de controlo, da Imprensa Nacional Casa da Moeda, que permite a esta entidade fazer a rastreabilidade do selo, incorporado na cápsula da garrafa, que pode ser validado no site do Clube Pêra-Manca, dando assim a garantia de aquisição de uma garrafa original.